Estamos correndo contra o relógio, diz novo ministro do MEC
O presidente Jair Bolsonaro anunciou na tarde desta segunda-feira (08) a já esperada demissão de Ricardo Vélez do comando do Ministério da Educação (MEC). No seu lugar entra o economista Abraham Weintraub, que segundo o presidente “possui ampla experiência em gestão e o conhecimento necessário para a pasta”.
Ele é formado em ciências econômicas pela Universidade de São Paulo e mestre em administração na área de finanças pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O novo ministro foi apresentado inicialmente como “doutor” no tuíte do Bolsonaro, apesar de não ter doutorado. O presidente corrigiu a informação em um tuíte subsequente.
Correndo contra o relógio
O novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que o principal desafio do MEC é a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) dentro do cronograma pré-estabelecido pelo governo Jair Bolsonaro (PSL).
A prova nacional, que é a forma de ingresso em diversas universidades do país, está sob risco de não ser realizada em tempo após a gráfica RR Donnelley que deveria imprimir os cadernos de exames decretar falência na semana passada. “Estamos correndo contra o relógio”, afirmou o novo ministro em entrevista à Record TV.
As provas devem ser impressas até, no máximo, o mês de maio. É necessário um esquema de segurança, além de outras exigências, para que uma gráfica possa ser encarregada de imprimir o exame.
O novo chefe do MEC também disse que o presidente Bolsonaro deu a ele carta branca para montar seu ministério com pessoas de sua confiança.
Durante os três meses em que Vélez esteve no comando do ministério, mais de 90 pessoas foram demitidas. Weitraub, que foi anunciado por Bolsonaro pelo Twitter, tomará posse como ministro nesta terça, em cerimônia no Palácio do Planalto.
Histórico do novo Ministério da Educação
Abraham e Arthur estavam no primeiro grupo de pessoas nomeadas para o gabinete de transição de Bolsonaro por Lorenzoni.
Ambos foram apresentados a Bolsonaro pelo próprio Onyx e foram os primeiros economistas a se juntar ao grupo bolsonarista – antes mesmo do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.
Abraham e Lorenzoni, por sua vez, se conheceram num seminário internacional sobre Previdência, realizado no Congresso Nacional em março de 2017.
Ainda em novembro de 2017, Bolsonaro divulgou um texto de defesa da independência do Banco Central assinado em conjunto com Abraham, Arthur e sua equipe.
Abraham e Arthur chegaram a acompanhar Bolsonaro na viagem que o presidente eleito, à época apenas pré-candidato, fez a Seul e Taiwan em março de 2018. Em 2014, os irmãos Weintraub haviam aderido à candidatura da ex-senadora Marina Silva (Rede).
“Em 2014, acreditávamos que Marina era a melhor alternativa. Hoje, evidentemente, Jair Bolsonaro representa o Brasil do futuro pelo qual estamos dispostos a lutar”, disseram os irmãos em uma entrevista por e-mail ao jornal O Estado de S. Paulo, durante a campanha do ano passado.