Saiba quem são os estudantes financiados pelo FIES
O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) é um programa do Ministério da Educação destinado a financiar a graduação na educação superior de estudantes matriculados em cursos superiores não gratuitas na forma da Lei 10.260/2001. Podem recorrer ao financiamento os estudantes matriculados em cursos superiores que tenham avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério da Educação.
Em 2010, o FIES passou a funcionar em um novo formato: a taxa de juros do financiamento passou a ser de 3,4% a.a., o período de carência passou para 18 meses e o período de amortização para 3 (três) vezes o período de duração regular do curso + 12 meses. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) passou a ser o Agente Operador do Programa para contratos formalizados a partir de 2010. Além disso, o percentual de financiamento subiu para até 100% e as inscrições passaram a ser feitas em fluxo contínuo, permitindo ao estudante o solicitar do financiamento em qualquer período do ano.
A partir do segundo semestre de 2015, os financiamentos concedidos com recursos do FIES passaram a ter taxa de juros de 6,5% ao ano com vistas a contribuir para a sustentabilidade do programa, possibilitando sua continuidade enquanto política pública perene de inclusão social e de democratização do ensino superior. O intuito é de também realizar um realinhamento da taxa de juros às condições existentes no ao cenário econômico e à necessidade de ajuste fiscal.
Quem são os estudantes financiados pelo FIES?
Ana Luiza Vinhote tem 22 anos e é jornalista. Katharine de Arruda tem 23 e ainda estuda Psicologia. A primeira mora em Taguatinga, no Distrito Federal. A outra, a 32 km dali, em Santa Maria. Apesar dessas diferenças, elas compartilham pelo menos um fato em comum: ambas foram beneficiadas pelo Fundo de Financiamento Estudantil. Entre os estudantes com acesso ao FIES, a maioria é mulher, com idade entre 18 e 24 anos e renda familiar de até um salário mínimo por pessoa.
“Se não fosse pelo FIES, eu não conseguiria ingressar na faculdade. É uma oportunidade, antes só ingressava na universidade quem tinha condições. Hoje, pessoas de classes mais humildes têm essa oportunidade”, diz Katharine, que conseguiu financiar 100% do curso.
“Meu financiamento do FIES foi de 50%. Então, foi uma grande ajuda pagar só metade da minha faculdade. Caso eu não fosse financiada pelo FIES, eu acho que meus pais dariam conta de pagar a faculdade, mas eu não teria condições de investir em outras áreas, como em um curso de inglês”, conta Ana.
Perfil dos estudantes
De acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), entre 2010 e 2017, o programa financiou 2.567.801 estudantes. Desse total, 1,5 milhão (59%) de contratos foram firmados por mulheres. Em relação à renda, são 1,2 milhão (47%) de estudantes que recebiam no máximo um salário mínimo. Por idade, o levantamento revela que 1,4 milhão (56%) de pessoas entre 18 e 24 anos foram beneficiadas.
Os estudantes que ganhavam até meio salário mínimo também estão entre os que mais realizaram uma graduação com o FIES e totalizam 776 mil pessoas (30%). Esses dados, na avaliação do diretor de Políticas e Programas de Educação Superior do Ministério da Educação, Vicente Almeida Júnior, confirmam que o programa contribui para facilitar o acesso ao ensino superior. “O sistema brasileiro de educação superior está concentrado no setor privado, mais que no setor público. Então, é importante que o Ministério da Educação crie mecanismos para que os estudantes acessem essas instituições privadas.”
Ainda de acordo com o FNDE, o curso mais financiado em todo o Brasil no período foi direito, com 367.557 contratos. O segundo colocado varia conforme a região, como mostra o infográfico. Para a especialista em educação superior e professora aposentada da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Ângela Costa, a preferência por cursos tradicionais deve ser vista com cautela. “O aluno ainda associa cursos como direito, medicina e engenharia à garantia de sucesso profissional. No entanto, isso nem sempre ocorre. É preciso se atentar e procurar mais orientações na hora de fazer essa escolha.”
Fonte: Governo do Brasil, com informações do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)